sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Uso de drogas e a vida escolar

O estado americano do Colorado acaba de aprovar uma lei que permite o uso da maconha com “fins recreativos”. Outros estados já haviam aprovado o uso estritamente “terapêutico” da erva, o que não deixou de provocar uma grande polêmica a nível nacional e internacional.
Discutindo com uma pessoa há algum tempo atrás, ela me perguntou: ”Mas afinal de contas, que mal há em fumar maconha? Que diferença faz  fumar um ‘baseado’ ou um cigarro? Desde que ‘não incomode ninguém’, eu não vejo mal algum!” Eu poderia responder a pergunta da minha questionadora com vários argumentos de natureza psicológica, social, médica, econômica, judiciária ou outros. De fato, na polêmica que tivemos, houve diversos deles. Mas aqui, eu gostaria de enfocar somente um, que é sobre a vida escolar. Isto porque a maioria dos usuários de drogas são jovens que estão em idade de frequentar a escola. Um estudo recente publicado no jornal Estado de São Paulo e analisado pelo psiquiatra Jairo Bouer em 13/10/2013, mostra que quase 10% dos alunos de escolas particulares entre os  8ºs e os 3ºs anos já experimentaram a maconha. E a metade destes jovens teve o primeiro contato com a droga entre os 14 e 15 anos de idade. Dos que haviam consumido, 18% a usaram quase todos os dias no mês anterior à pesquisa. Isto significa que já estão viciados, ou pelos menos a caminho do vício. O médico afirma que “os números mais surpreendentes da pesquisa atual são os obtidos quando se cruzam os dados sobre emoções e rendimentos na escola com o uso da maconha.”
Assim, 31% dos usuários da droga, já haviam sido reprovados na escola (dos que nunca a usaram, só 13%). Dos que fumam maconha, 63% admitiram ter dificuldade em manter a concentração na sala de aula (entre os não-usuários, 48%). E finalmente, 51% dos fumantes da “erva” disseram que têm dificuldades para entender as aulas (contra 35% dos que não a fumam).
Por estes números, é possível ver que a maconha é prejudicial. E ela afeta não só o rendimento escolar, mas também é responsável pela evasão da escola, uma vez que baixos resultados estimulam a saída devido a diminuição do interesse e da autoestima dos alunos. O pior de tudo é que um aluno evadido pode evoluir para um quadro mais agravante, com o uso de drogas mais pesadas como o crack.
Desta forma, é importante avaliar certas tendências políticas de “baixar a guarda” em relação à liberação do consumo e do tráfico de drogas, que podem significativamente afetar a vida dos nossos jovens e de toda a população.