domingo, 18 de outubro de 2015

Você acredita em Deus? Ou acha que o homem veio do macaco? Veja a opinião do dramaturgo, romancista e poeta brasileiro Ariano Suassuna (1927 - 2014). Se concorda com ele, compartilhe.
Posted by Marcos Pereira on Sábado, 13 de junho de 2015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O pensamento anti ambientalista

Uma imensa disputa está acontecendo no mundo atual. Ela discute o futuro da humanidade, ou seja, o que queremos para nós mesmos e para os nossos descendentes. Ela envolve toda uma filosofia que define o mundo em que vivemos e o que desejamos futuramente. Esta polêmica tem de um lado os ambientalistas e de outro os anti ambientalistas. São sem dúvida alguma duas posições extremas. É possível até que um deseje ardentemente que o outro desapareça da face da Terra, ou então pelo menos, abandone a sua forma de pensar. Mas o que pensa exatamente cada um dos lados? Este artigo é uma tentativa de desvendar o pensamento anti ambientalista. Se possível, em outra ocasião pretendo falar dos ambientalistas.
O anti ambientalista tem como eixo principal de seu pensamento o homem, ou seja, o antropocentrismo é o que rege a filosofia de quem é contra o ambientalismo. Este pensamento não significa que seja religioso. Isto porque há muitas pessoas que são religiosas e que são a favor da natureza, bem como há o contrário.   Assim, segundo esta forma de pensar, toda e qualquer atividade feita por um ser humano deve somente ter em vista o benefício exclusivo da humanidade. E por causa disto, o ambiente deve ser totalmente dominado, independentemente das consequências que podem advir desta forma de pensar e de agir. Então, primeiramente, o anti ambientalista é totalmente contra o controle da natalidade. Segundo ele, o homem tem que povoar e dominar a Terra, porque ele é o “rei e senhor da Criação”. Assim uma mulher não pode de forma alguma, negar ou impedir que haja a concepção de um novo ser no seu ventre e dele deve sair, de preferência, muitos filhos e filhas, para atingir o objetivo dito acima. E as pessoas devem viver na melhor da dignidade possível. Isto significa que não pode ser toleradas moradias como as casas populares e muito menos os barracos ou casinhas de sapé. Uma casa deve então ser grande para abrigar, de forma digna, todos os filhos que nascerem das uniões dos casais que se formarem. O anti ambientalista é, portanto, a favor de todo consumo de qualidade, porque todos têm o direito de viver bem em opulência. Isto significa que as pessoas devem ter bons carros, confortáveis, velozes e de excelente aparência. Evidentemente, as pessoas devem comer bem, do bom e do melhor, sempre. Para tudo isto acontecer, não deve ser poupado terra alguma. Tudo deve ser transformado em lavouras, pastagens e em matas plantadas de eucalipto ou pinus. Toda floresta nativa deve ser posta abaixo e transformada em carvão para as siderurgias ou para o churrasco do fim de semana; em madeira para construção ou produção de móveis. Todos os animais selvagens devem ser abatidos, porque ou são ferozes ou então devem estar nas mesas de apreciadores de caça. Não deve haver feras, porque estas são uma ameaça à existência humana. Portanto, os leões, tigres, panteras, ursos, crocodilos e tubarões não devem existir no planeta Terra. Não podem existir insetos, porque estes constituem pragas a serem eliminadas ou causam asco em muita gente. Até mesmo as abelhas, pois estas matam pessoas à ferroadas! As únicas bestas que devem estar na superfície da terra são os cães e gatos e os animais de produção. O anti ambientalista é contra a reciclagem do lixo e também não é favorável ao reaproveitamento das águas servidas. Isto porque segundo ele, o homem não é digno de consumir o que é desprezado e jogado fora. Assim, os rios, lagos e mares devem estar sempre cheios de imundícies. O mar tem que ser um imenso vazio e sem vida alguma, porque ações contra a poluição não são bem vistas pelo anti ambientalista.
Enfim, o anti ambientalista quer um mundo moderno cheio de conforto e o ambiente é para ele o “escabelo de seus pés”!


sábado, 1 de agosto de 2015

Morte de um leão: um sintoma da decadência humana
Recentemente a imprensa noticiou a morte de um leão africano, caçado ilegalmente por um dentista americano. O assunto gerou revolta no mundo inteiro, não porque foi morto mais um leão, mas porque o aquele parecia ser um das principais atrações do Parque Nacional Hwange no  Zimbábue, além de estar monitorado por uma universidade europeia. Assim, a meu ver o assunto merece algumas reflexões a respeito do comportamento humano. Em primeiro lugar, é preciso saber que a vida em si é um bem relativo, isto é, ela pode ser tolhida em caso de necessidade. Assim todos os dias, milhões de animais são mortos pelos homens para nos fornecer alimentação, vestuário ou respostas em pesquisas de medicamentos. Isto para não falar dos seres que são mortos porque são nocivos, como são os ratos, as baratas e outros. Portanto é lícito abatermos animais para o bem comum da humanidade. Em segundo lugar, devemos ter conhecimento que os leões são seres que se matam uns aos outros em disputas territoriais e por posse de fêmeas. Desta forma o animal que morreu poderia ser, mais cedo ou mais tarde, morto por um ou mais rivais de sua espécie. Entretanto, o que eu penso ser condenável na atitude do dentista é o seguinte: o sujeito acha que tendo dinheiro ele pode tudo. Desta forma, ele encontrou uma forma de abater o leão fora da reserva. O que ele queria com isto? Provavelmente um troféu para ser exibido em algum lugar que lhe pertence e assim mostrar aos amigos e conhecidos que ele é “um grande caçador”. Pura vaidade! O problema do dentista é o problema da humanidade: o egoísmo. O homem acha que pode ter tudo para ele esquecendo-se que o bem comum é superior ao bem individual! Assim, matando o leão, o dentista privou uma boa parcela da humanidade de ver algo belo! Para quê? Só por vaidade!

É claro que há mais coisas importantes para nos indignarmos, como foi o caso daquele rapaz morto nos trilhos da Estação Madureira no Rio de Janeiro, ou então com os crimes que são cometidos contra pessoas inocentes, como é o caso dos abortos. Mas isto não quer dizer que devemos deixar de nos indignar quando um ser humano que acha que pode tudo porque tem dinheiro, anda por aí a eliminar animais selvagens por vaidade!  

sábado, 17 de janeiro de 2015

Claudio de Moura Castro

Construtivismo e destrutivismo

"O construtivismo é uma hipótese teórica atraente e que pode
ser útil na sala de aula. Mas, nos seus desdobramentos espúrios, 
vira uma cruzada religiosa, claramente nefasta ao ensino"

Minha missão é árdua: quero desvencilhar o construtivismo dos seus discípulos mais exaltados, culpados de transformar uma ideia interessante em seita fundamentalista. O construtivismo busca explicar como as pessoas aprendem. Prega que o processo educativo não é uma sequência de pílulas que os alunos engolem e decoram. É necessário que eles construam em suas mentes os arcabouços mentais que permitem entender o assunto em pauta. Essa visão leva à preocupação legítima de criar os contextos, metáforas, histórias e situações que facilitem aos alunos "construir" seu conhecimento. Infelizmente, o construtivismo borbulha com interpretações variadas, algumas espúrias e grosseiras. Vejo quatro tipos de equívoco.
Ilustração Atomica Studio

O primeiro engano é pensar que teria o monopólio da verdade - aliás, qual das versões do construtivismo? As hipóteses de Piaget e Vigotsky coexistem com o pensamento criativo de muitos outros educadores e psicólogos. Dividir o mundo entre os iluminados e os infiéis jamais é uma boa ideia.
O segundo erro é achar que todo o aprendizado requer os andaimes mentais descritos pelo construtivismo. Sem maiores elaborações intelectuais, aprendemos ortografia, tabuadas e o significado de palavras.
O terceiro é aceitar uma teoria científica como verdadeira por conta da palavra de algum guru. Em toda ciência respeitável, as teorias são apenas um ponto de partida, uma explicação possível para algum fenômeno do mundo real. Só passam a ser aceitas quando, ao cabo de observações rigorosas, encontram correspondência com os fatos. Einstein disse que a luz fazia curva. Bela e ambiciosa hipótese! Mas só virou teoria aceita quando um eclipse em Sobral, no Ceará, permitiu observar a curvatura de um facho luminoso. O construtivismo não escapa dessa sina. Ou passa no teste empírico ou vai para o cemitério da ciência - de resto, lotado de teorias lindas.
Não obstante, muitos construtivistas acham que a teoria se basta em si. De fato, não a defendem com números. Obviamente, nem tudo se mede com números. Mas, como na educação temos boas medidas do que os alunos aprenderam, não há desculpas para poupar essa teoria da tortura do teste empírico, imposto às demais. Por isso, temos o direito de duvidar do construtivismo, quando fica só na teoria. Mas o que é pior: outros testaram as ideias construtivistas, não encontrando uma correspondência robusta com os fatos. Por exemplo, orientações construtivistas de alfabetizar não obtiveram bons resultados em pesquisas metodologicamente à prova de bala.
O quarto erro, de graves consequências, é supor que, como cada um aprende do seu jeito, os materiais de ensino precisam se moldar infinitamente, segundo cada aluno e o seu mundinho. Portanto, o professor deve criar seus materiais, sendo rejeitados os livros e manuais padronizados e que explicam, passo a passo, o que aluno deve fazer.
Desde a Revolução Industrial, sabemos que cada tarefa deve ser distribuída a quem a pode fazer melhor. Assim é feito um automóvel e tudo o mais que sai das fábricas. Na educação, também é assim. Os materiais detalhados são amplamente superiores às improvisações de professores sem tempo e sem preparo.
De fato, centenas de pesquisas rigorosas mostram as vantagens dos materiais estruturados ou planificados no detalhe. Seus supostos males são pura invencionice de seitas locais. Quem nega essas conclusões precisa mostrar erros metodológicos nas pesquisas. Ou admitir que não acredita em ciência.
Aliás, nada há no construtivismo que se oponha a materiais detalhados. Entre os construtivistas americanos, muitos acreditam ser impossível aplicar o método sem manuais passo a passo.
Em suma, o construtivismo é uma hipótese teórica atraente e que pode ser útil na sala de aula. Mas, nos seus desdobramentos espúrios, vira uma cruzada religiosa, claramente nefasta ao ensino.

Claudio de Moura Castro
é economista