Passado e presente da
Agricultura
Quem não se lembra daquela
musiquinha da copa de 1970, que iniciava assim: “Noventa milhões em ação...”?
Pois é! Hoje já somos mais que o dobro da população daquela época. E o Brasil
mudou de forma considerável! Houve mudanças políticas, sociais e econômicas. Tornamo-nos
uma verdadeira potência agrícola graças aos avanços tecnológicos, que para
atender a uma população cada vez maior, tivemos que mudar muitas coisas. A
primeira foi a definição de o que queríamos ser de fato. Se era para continuar
no subdesenvolvimento ou se era para avançar no progresso. Desta forma, o país saiu de uma situação que
perdurava praticamente desde a época de colônia, quando iniciamos a nossa
história com uma vida predominantemente rural e passamos a morar
majoritariamente nas cidades. Quando a maior parte das pessoas morava no campo,
a nossa agricultura era de modo geral de subsistência. Todos produziam nos seus
quintais, ou em pequenas lavouras, aquilo que necessitavam para comer. O
fazendeiro só comprava o sal que vinha do mar, porque este não podia ser
produzido na sua fazenda, ao contrário das outras coisas que ele e seus
familiares comiam, vestiam, se medicavam e até divertiam. A propriedade rural
era auto-suficiente como eram os feudos medievais e se sobrava algo, este era
então vendido nas cidades, naqueles mercados ou feiras-livres, dos quais ainda
hoje persistem de forma tenaz e que são disputados por fregueses e turistas que
queiram conhecer o que a população local produz. Não há lugar melhor para se
conhecer a cultura regional de um povo, do que um mercado municipal. Ali sim, é
possível ver quem produz o quê e o que é produzido.
Felizmente ou infelizmente, dependendo do
ponto de vista, a situação atual é bem diferente. Morando majoritariamente nas
cidades, as pessoas têm mais acesso às tecnologias, à educação, à saúde, ao
lazer e a uma melhor qualidade de vida. Obviamente ainda dependemos do produtor
rural para comer e assim viver. Não é possível plantar e colher em apartamentos
ou em quintais de casas que estão cada vez menores por causa dos altos preços
dos terrenos para construção. Assim ficamos dependentes do abastecimento
contínuo e de toda a logística que ele envolve. Isto revela uma situação que
pode ser frágil. Ainda há pouco, algumas cidades do Norte do país ficaram
incomunicáveis por causa de enchentes de rios. Esperemos que algo semelhante
não ocorra nunca a um nível maior ou mesmo nacional porque senão estaríamos
perdidos!
A agricultura brasileira tem sido
até o presente, a principal coluna da nossa economia. Nossas safras são cada
vez maiores ano a ano e o agronegócio é responsável por milhões de empregos
diretos e indiretos. E isto apesar de inúmeros percalços como secas
prolongadas, mercado financeiro instável e duvidoso, impostos altíssimos e
preços de insumos bem elevados. Nosso homem do campo está de parabéns, porque é
devido ao seu empreendedorismo corajoso que as cidades vivem! É a ele que
devemos o nosso café da manhã, nosso almoço e jantar, além dos lanches entre as
refeições. Pensemos nisto ao comer qualquer coisa. E que saibamos valorizar
nossos alimentos, que foram produzidos com tanto trabalho, para evitar todo
tipo de desperdício.