sábado, 20 de setembro de 2014

A valorização do professor
Estamos em plena época de eleições e dá para ver que a Educação é um discurso comum em todos os programas partidários, sem exceção alguma. Qualquer pessoa que pensa um pouquinho percebe que nos nossos dias só através da Escola é possível ser alguém. Antigamente o trabalho manual era o mais importante de tudo. Estudar era algo de poucos privilegiados, ou então daqueles que tinham uma grande herança a receber e que por isto podiam dar-se ao luxo de “perder anos” em bancos escolares aprendendo disciplinas aparentemente inúteis, como matemática, língua portuguesa, língua estrangeira, que podia ser o inglês ou o francês, ciências e estudos sociais. Uma verdadeira “esnobação” para uma minoria de privilegiados, que em rodas de amigos, contavam vantagens que tinham filhos em escolas e que seriam futuros “doutores”. Era uma época que qualquer diploma classificava o graduado como o mais alto grau de escolaridade. Percebe-se então que as primeiras faculdades de Direito instituídas no Brasil Império foram o início de uma grande mudança institucional. O Brasil de antes daquelas escolas até então vivia numa autêntica “idade das trevas”. Quem queria estudar deveria ir para a Europa, frequentar os bancos de Coimbra. E o povo só poderia aprender o conhecimento que recebia dos pais ou, na melhor das hipóteses, uma educação exercida por padres jesuítas.
Atualmente as coisas mudaram e muito! Pelas estatísticas vemos que mais de 90% das crianças estão na escola e os cursos superiores estão cada vez mais acessíveis, bem como os cursos de pós-graduação. Pode-se dizer que só não estuda quem não quer. Portanto, em matéria quantitativa, a Educação brasileira está bem melhor! Mas e em matéria qualitativa? Infelizmente não podemos dizer o mesmo. Os dados estão aí para quem quer ver. No ranking mundial o nosso país aparece atrás de muitos países desenvolvidos e até mesmo de outros latino-americanos como a Colômbia e o México. Qual será a causa disto? Não é somente uma a causa, mas várias. Poderíamos citar, por exemplo, a política do “empurra pra frente”, que faz com que muitos alunos analfabetos sejam aprovados. Não deixemos de mencionar a falta de estruturas como boas escolas, bons materiais didáticos e outros recursos. Mas a meu ver o que mais contribui para termos uma educação de má qualidade é a pouca valorização do professor! Dados da OCDE (Organização para a Cooperação Desenvolvimento Econômico) mostram que os salários dos professores brasileiros são extremamente baixos quando comparados a países desenvolvidos. Até mesmo em países da América Latina como Chile e México, os professores recebem um salário consideravelmente maior que o brasileiro, 17.770 e 15.556 dólares respectivamente. Entre os países mapeados pela pesquisa, o Brasil só fica à frente da Indonésia, onde os professores recebem cerca de 1.560 dólares por ano. Além disto, podemos constatar a grande violência nas escolas, que fazem com  que a profissão de professor seja de alto risco. E nenhum professor recebe mais por isto!
E então, senhores políticos, o que pretendem para melhorar as condições deste país? Querem mesmo que o Brasil mude? Comece por uma Educação de qualidade e não de propaganda. Valorize a classe docente pela qual os senhores e todas as pessoas que leem este artigo e outros passaram! Não se esqueçam de que um país culto é um país desenvolvido. Monteiro Lobato já dizia que “um país se faz com homens e livros”. Ora se não há professores, como é que estes homens aprenderão a ler?



sexta-feira, 25 de julho de 2014


Entre Hamas e Israel, quem recebe meu apoio?
O mundo inteiro está vendo com apreensão significativa a violência no Oriente Médio. Israel e o grupo palestino que controla a Faixa de Gaza estão agora em guerra violenta com centenas de mortos e um número incalculável de feridos, traumatizados e prejudicados com o conflito. É um conjunto de cenas tristes e indesejáveis! E na Sociedade vem sempre a pergunta: quem está certo e quem é o errado nesta história? Isto porque em qualquer briga, sempre há quem encontre o “bem e o mal”. De modo geral, o “mal” é o que começou a briga, seja por agressão física, seja por agressão moral. Já o agredido que se defende é o “bem” e se este ganha a briga, está caracterizado uma justiça, com a “vitória do bem sobre o mal”. Vale dizer que existe sempre a “turma do deixa disto”, que quer que a paz reine a qualquer custo, mesmo com uma grande injustiça. Isto porque este grupo pensa que “qualquer conflito que seja, é sempre um mal em si mesmo” e que em qualquer circunstância, devemos sempre “dar a outra face” e nunca revidar, ainda que seja com um grande prejuízo. Ora, quem não se indigna com a injustiça, falta com a caridade, diz S. Paulo (I Cor. 13, 6). Assim, se eu vejo alguém que padece sob um jugo cruel e injusto e aceito como se fosse algo natural, além de pactuar com o erro, eu cometo um pecado contra o amor ao próximo! E então? Em relação ao conflito entre o radical Hamas e o estado sionista, qual deve ser a minha posição? Se eu perguntar a um homem da direita, ele provavelmente dirá que “Israel está certo” porque tem o direito de se defender porque teve o seu território atacado pelo Hamas com foguetes katyusha primeiramente. Logo, quem começou a briga, deve arcar com as consequências. Se eu perguntar a um esquerdista, ele certamente dirá que o Hamas deve atacar Israel porque os judeus, que são apoiados pelo imperialismo americano,  são os usurpadores da terra onde os palestinos viviam há séculos. Assim quem invade, deve ser expulso! E finalmente se eu questionar a um centrista sobre “quem é mocinho e quem é  bandido” neste imbróglio, ele dirá que “nenhum dos dois está certo em fazer guerra”, porque a guerra é sempre uma estupidez!
E então? Quem é que está certo nesta história? A reposta: nenhum! Israel é de fato usurpador da Terra Santa. É um povo indesejável porque é contra o cristianismo e por isto está pagando até hoje pelas suas más ações! Os judeus foram expulsos de lá no início da era Cristã, por uma ação providencial! O povo deicida deve ser castigado por ter atuado diretamente na morte de Jesus Cristo! Eles mesmos disseram: “Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!”(Mt27, 25) Desta forma, a Palestina foi dominada pelos romanos, que destruíram o Jerusalém e o seu templo e muitos judeus foram mortos.  Os que ficaram vivos foram aprisionados e escravizados. Posteriormente, surgiu o movimento sionista de instauração do Estado de Israel, que logrou êxito em 1948. Vale dizer que tal movimento que era então inexpressível, se tornou bem significativo por causa do Holocausto feito pelos nazistas. Assim, sem sombra de dúvida, o nazismo foi o grande catalisador do sionismo. Até parece que veio sob encomenda...
E os palestinos? É sabido que eles estavam ali há milênios. Eu li que os maronitas são descendentes de povos convertidos pelo apóstolo S. Paulo! Então, com certeza, eles são os verdadeiros donos da terra. O certo não é a Terra Santa se chamar “Israel”, mas sim “Palestina”! Mas isto não significa que eu devo dizer que o Hamas está certo e assim apoiar os seus atos. O grupo da faixa de gaza é muçulmano fundamentalista, tal qual o Talibã! Sua ideologia é anti-cristã e suas ações são reprováveis, tanto do ponto de vista humano, quanto do ponto de vista moral. E moral aqui é a moral católica, para ser preciso! Portanto, um católico verdadeiro não pode apoiar jamais o Hamas!

Se é assim, qual deve ser o desejo de um católico fiel? O professor Plinio Corrêa de Oliveira disse numa reunião após ouvir que o papa João Paulo II propunha a “internacionalização de Jerusalém”, que “a Palestina deveria ser no Reino de Maria, uma província ultra-marina dos Estados Pontifícios que deveriam ser restaurados”. Assim, nem Hamas, nem entidade sionista. Mas sim um estado Palestino verdadeiramente católico, onde todos os cristãos podem ir rezar sem medo de perseguição ou sem serem incomodados pela existência de uma religião que não é a sua, ou seja, a católica!
A melhor prevenção contra a AIDS
Estamos no final de julho. Este mês ficará na história para muita gente por causa do grande fracasso da seleção brasileira na copa do mundo, realizada no nosso país. Infelizmente esta não a única má notícia deste mês... Além deste mau desempenho no futebol, podemos constatar que nossa economia não vai muito bem! Estamos com uma inflação preocupante, PIB baixo, o que pode provocar menor número de emprego para o povo brasileiro. E o pior de tudo! Nossa saúde está ameaçada! Isto porque o número de novos casos de infecção por HIV no Brasil aumentou 11% e o índice de mortes no país atribuídas à Aids subiu 7%, entre 2005 e 2013, segundo relatório divulgado na quarta-feira pela Unaids (Programa da ONU para HIV e Aids). E o pior não para aí! A doença está mais ameaçadora e o vírus mais “esperto”, vamos assim dizer. Isto porque uma versão do vírus HIV que afeta macacos demonstrou ser capaz de se esconder dos medicamentos anti-Aids dias após entrar no organismo. É o que  revelou um estudo publicado na revista científica Nature e que frustra as esperanças de uma cura da doença nos humanos. E vale lembrar que a esperança da imunidade ao HIV ficou abalada com o anúncio decepcionante de que um bebê do Mississippi, que teria conseguido ficar livre do vírus, mas teve o mesmo detectado no organismo. A menina tomou uma forte dose de antirretrovirais, administrada 30 horas depois do nascimento, e se manteve livre do vírus por 18 meses. Mas após ficar quase dois anos sem medicação, exames constataram a presença do HIV. Assim o desafio de encontrar uma vacina ou a cura para a doença se torna maior e a erradicação da doença parece estar num futuro incógnito. Isto quer dizer que  os soropositivos precisam tomar a medicação por toda a vida e também ajudar a evitar, com grande responsabilidade, a propagação do HIV.
Então, o melhor que uma pessoa que não quer apanhar o vírus pode fazer é se prevenir. Quando se fala em prevenção contra a AIDS, o primeiro objeto que vem a nossa mente é o preservativo. Isto é assim por causa da grande propaganda do governo e das pessoas públicas, que dizem abertamente que “usando-o, a AIDS é evitada”. Será verdade? Quer dizer que se alguém usa a “camisinha” não apanha AIDS de jeito nenhum? Nada mais falso! Está mais que provado que o preservativo não é 100% seguro nem com todos os cuidados tomados. Assim é sabido que ele se rompe numa relação sexual. Com que frequência? Eu já li que em 99% dos casos, a “camisinha” protege contra o HIV. Mas e o 1%? Quer dizer que se 100 milhões de pessoas tiverem relação sexual com o preservativo (coisa que muitas vezes não acontece, diga-se de passagem...) por volta de 1 milhão pode estar infectada com o vírus? É muita gente! E é muito risco! Quem é que quer ser soropositivo? Só um louco! Então, a propaganda que afirma de forma genérica que o “preservativo é a melhor forma de prevenção contra a AIDS" é no mínimo, uma propaganda enganosa.

E aí vem a pergunta: qual é a melhor forma de prevenção contra a AIDS? A resposta é simples: a moral cristã, que diz que todas as pessoas são chamadas a praticar a castidade! Se todos evitarem a vida de promiscuidade e praticarem os mandamentos, a AIDS com certeza não terá vez e assim estaremos tranquilos. Utopia? Tudo posso naquele que me fortalece! (Fl. 4, 13) Os mandamentos não nos foram dados como um fardo, mas sim como uma chave de libertação! Quem quer ser livre deve cumprir com o seu dever, tanto para consigo mesmo, quanto para com Deus e para a Sociedade.

sábado, 12 de julho de 2014

Católicos são todos idólatras?
Em 1978, quando a Argentina ganhou a copa do mundo, eu ouvi da minha avó ao ver na TV a seguinte expressão: “Isto é uma idolatria! Onde já se viu beijar uma taça deste jeito?” Depois, ao ter contato com pessoas protestantes ouvi algo parecido: “Não se pode beijar imagens! Isto se chama idolatria! Assim, os católicos que beijam a imagem de Nossa Senhora, como fez o papa João Paulo II em Aparecida, cometem um pecado condenado por Deus!" Muito bem! Agora eu pergunto: qual a relação entre beijar a “World’s Cup” e a devoção que nós católicos temos com as imagens? Resposta: nenhuma a não ser o ato de beijar para expressar algo exterior! De fato, adorar uma imagem é condenado por Deus no livro do Êxodo cap. 20, 2-5 “Eu sou o Senhor teu Deus, que te fez sair do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está encima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestará culto.” Este é o primeiro dos dez mandamentos ou decálogo e portanto é o principal e o maior. Ele é confirmando por Jesus ao responder a pergunta: “mestre, qual é o  maior mandamento da lei? Ele então respondeu-lhes: amarás os Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento”. (Mt.22, 37-39) Então a principal mensagem da lei dada a Moisés foi esta: Deus é único, ciumento (Deut. 32, 21) e quer somente que Ele seja de fato adorado e que todos os demais deuses (inventados pelo homem) sejam desprezados e ignorados. Este mandamento foi resumido pela Igreja de forma didática: “amar a Deus sobre todas as coisas”.
Ora bem! E quanto a fazer imagens, explicitamente condenado ao dizer: “Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está encima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra.”? Se formos levar “ao pé da letra”, tal mandamento devemos todos nos converter ao islamismo radical dos talibãs. Talvez até mais ainda! Não podemos, por exemplo, tirar fotografia, desenhar uma criatura qualquer que seja, ainda que seja com a melhor das intenções! Isto porque o mandamento é claro: Não (...) farás figura alguma! Ora, o que há de mal em tirar uma simples foto? Por que é errado desenhar um peixe, ou uma paisagem, ou uma flor? Nada! Porque não é errado! O erro está em fazer uma imagem e adorá-la como se fosse um deus! Aí sim é errado! Mas afinal de contas, é então errado adorar um homem que é a imagem e semelhança de Deus (Gn. 1,27)? Depende, se o homem for Jesus Cristo, não, porque Ele é Deus (Jo. 10,30)! Então não está errado em fazer imagens, porque o mesmo Deus assim mandou fazer uma serpente (Num. 21, 8-9), anjos (Ex. 25, 18) além de bois e leões que juntamente com querubins, decoravam o templo feito por Salomão    (I Rs.7, 29). Em todas estas confecções de imagens narradas na bíblia, não há nenhuma censura divina! Um protestante certa vez fez uma objeção em relação à serpente feita por Moisés. Ele citou a passagem bíblica em que o rei Oséias de Israel, destruiu a imagem porque os israelitas tinham até então queimado incenso diante dela. (II Rs 18, 4) Veja bem, isto foi mais ou menos entre os anos 732 a 721 A.C. Moisés conduziu o povo eleito no deserto, época em que sucedeu a confecção da serpente de bronze, entre os anos 1250 e 1210 A.C. Portanto, a tal serpente ficou com o povo por volta de 500 anos e só depois é que foi destruída por ser mal utilizada. Assim se uma imagem é usada de forma indevida, como por exemplo, uma adoração, ela deve ser destruída sim.

Há casos de má utilização de imagens por parte do povo católico? Eu conheço alguns casos de abuso. Por exemplo, algumas mulheres têm o costume de por imagens de santo Antônio dentro de um copo de água, até arranjar casamento. Outras fazem o mesmo com são Benedito, ao por a imagem de cabeça para baixo. Além disto, em religiões africanas as imagens católicas são representações de divindades disfarçadas desde o tempo da escravidão e este costume por ser pouco atacado, acabou passando para o folclore. Mas uma coisa é certa: católicos não adoram imagens, ainda que sejam de Nosso Senhor ou do Padre Eterno. A Igreja é clara sobre este assunto! As imagens são sim veneradas, isto é, são-lhes prestadas reverências por representarem Deus ou pessoas que O imitaram (Ef.5,1)! O ser humano é sensível. Ele necessita de estímulos aos sentidos para fazer algo. Caso contrário é um ser morto! Assim precisamos de imagens para conhecer, para amar e para servir a Deus Nosso Senhor!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ódio ao EUA: Catolicidade ou discurso filo-esquerdista?
Eu estou acompanhando pela internet um debate de pessoas católicas que defendem dois pontos de vista: um deles é pró-EUA, mas com reservas, ou seja, admiram aquele país enquanto último bastião do conservadorismo mundial, detentor de poderes enormes, capazes de defender a Terra contra o avanço da esquerda internacional. O outro ponte de vista diz que os Estados Unidos da América é “intrinsecamente mau”, para usar a expressão de Pio XI contra o comunismo. Eles dizem que naquele país está a sede do sionismo, que tem plenos poderes sobre a nação como um todo e por isto mesmo deve ser execrado ao extremo. Assim, segundo este último ponto de vista, o país “nasceu, cresceu, se desenvolveu, tomou conta do mundo inteiro com sua economia, com suas forças armadas e com sua influência política”. Isto seria verdadeiro? Em parte, sim! Não se pode negar que os EUA são atualmente um “modelo de nação para o mundo inteiro”. Costumava-se dizer por aqui que “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Desta forma, adotamos várias coisas daquele país no início da fundação da república e diga-se de passagem, já no tempo do império, muita coisa ianque já tinha plena cidadania tupiniquim! Então adotamos uma bandeira semelhante à “stars and strips for ever”, éramos os “Estados Unidos do Brasil”, nossa constituição era parecida com a americana e muitas outras coisas. Até hoje, quem faz uma visita aquele enorme e próspero país tem a impressão que lá é “um Brasil que deu certo”! Assim quem vai à Nova York, tem a impressão que a cidade de São Paulo se inspirou nela. Quem visita os shopping centers lá, vê nitidamente a influência do design daquelas construções aqui. E o Cinema? Quer maior poder de influência que Hollywood? Eu poderia escrever livros sobre a imensa influência americana obre o nosso país e sobre o mundo inteiro, mas fica para “outro dia"...
Mas o que eu tento mostrar aqui é que apesar da enorme – e má– influência americana sobre o mundo, ela não é absoluta!  Ainda temos como poder principal de influência, a Igreja Católica Apostólica e Romana! Vou citar o que eu conheço: O Brasil. O professor Plinio Corrêa de Oliveira disse certa vez num de seus discursos públicos que “seria mais fácil apagar a constelação do Cruzeiro do Sul do que a fé do povo brasileiro”. E isto pode ser notável por todos. O brasileiro é profundamente religioso. Pode até ser mal orientado, mas é religioso. Enquanto a velha Europa decai no ateísmo aqui, ainda se crê em Deus. Não é o ideal, claro, mas é melhor que ser ateu! Assim eu digo que a influência do “país sionista por excelência” não é tanta assim, como eles, os maus, queriam. Ela existe, mas não é tanta como se fosse total. E isto vale para as pessoas que moram lá nos EUA. Está mais que provado que naquele país há muito de conservadorismo bom, ou seja católico ou influenciado pela Igreja. Vejam por exemplo a existência de organizações conservadoras como o ICRSP (Intitute of Christ the King Sovereing Priest), de cardeais conservadores como Raymond Burke e outros. Isto mostra que lá tem gente que quer e ama a tradição, senão não haveria! E o conservadorismo está presente também em academias militares como a West Point, ou nos U.S.M.C..

É como eu afirmo: Os EUA têm defeitos? Sem dúvida! Não estamos no “paraíso”! Pelo contrário! Mas posso afirmar sem medo de errar que apesar de todos os defeitos, que eles, como todos os países fundados e influenciados sob o iluminismo têm, ninguém pode dizer que aquele país não tem qualidades. Este história de atacar os EUA “à torto e a direito” é o discurso favorito de comunistas, socialistas, nazistas e de um montão de gente que sofre de dores crônicas situadas num local médio entre a mão e o ombro!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Revolução Cultural e palavrões
Quem vê um filme brasileiro qualquer feito na década de 1950 ou de antes tem a nítida impressão da enorme mudança pela qual passou a nossa Sociedade. Foram mudanças na forma de vestir, de falar e de agir. Parece até que são dois países completamente diferentes tendo como a única característica comum a língua portuguesa. O que explica esta mudança tão radical? Foi a revolução cultural. Esta foi feita de forma lenta para alguém que vive hoje, mas na cronologia da história humana, sua velocidade foi consideravelmente alta! Com efeito, praticamente não há muita diferença entre um brasileiro do início da década em que o Brasil se tornou o “país do futebol”, com um conterrâneo de 200 ou até 300 anos atrás! O povo era na sua maioria, analfabeto, pobre, sem automóvel, morador da zona rural em casas precárias, com pouca expectativa de vida e era católico. Se o povo era feliz daquele jeito ou não, isto é discutível e uma polêmica desta deve antes de qualquer coisa levar em consideração o conceito abstrato de felicidade. Mas o que mais chama a atenção de quem vê a  fita antiga é a forma de falar daquelas pessoas. As conversas eram de certa forma bem polidas e não há palavrões em nenhuma circunstância. Nem na hora de exclamar, nem quando se pragueja. Quando era para desprezar alguém, nunca havia a frase imperativa com palavra chula. Poderia haver outras, mas palavrões eram inconcebíveis! Parece que tal situação perdurou no cinema brasileiro até os anos 1960.
Veio então o regime militar e junto com ele a repressão e a censura, tal como a conhecemos ou tivemos notícia. Tal regime foi notório por reprimir manifestações culturais consideradas “subversivas” em músicas, peças teatrais, livros, filmes e telenovelas. Quem era artista deve ter passado uns bons bocados ao ver frustradas suas obras com a censura da polícia federal! Apesar disto, foi justamente no regime militar que começaram a aparecer as manifestações mais “pesadas” na nossa cultura. Parece que o “espírito de maio de 1968” chegou para ficar aqui na Terra de Santa Cruz. O lema “é proibido proibir” invadiu de forma plena nossas produções artísticas, de modo que estas se tornaram uma forma de rebeldia contra a ditadura. Assim surgiram os filmes de pornochanchada, a músicas insinuantes, a literatura moderna que era carregada de conteúdo erótico e enfim as novelas. Parecia que as podas da censura só faziam crescer mais e mais a revolta e as tentativas de libertação de um sistema que parecia caduco e cada vez mais falido.

Entramos nos anos 1980 com a abertura política e o fim do regime militar. O Brasil dava uma impressão que estava explodindo em matéria de liberdade. Não havia praticamente barreira alguma que impedisse as pessoas de conseguirem o que queriam em matéria de cultura ou contracultura. As manifestações artísticas chegaram a um ponto que foi preciso o estabelecimento de um “código de ética” da própria mídia para moderar a linguagem e a apresentação do que era transmitido às pessoas. As músicas que vieram depois apelavam para o que havia de mais baixo e a linguagem vulgar era tida como “espontaneidades”! Assim chegamos ao país atual em que a maior representante da nação é injuriada num estádio em que se disputa uma partida de futebol. É interessante notar que as pessoas que ali gritavam tinham a certeza que poderiam fazer aquilo porque não seriam punidas nunca. Assim é o Brasil! Se um ladrão entra na sua casa, ele é um criminoso, mas se entra uma centena de pessoas, estas formam um “movimento social”!

sábado, 24 de maio de 2014

Passado e presente da Agricultura

Quem não se lembra daquela musiquinha da copa de 1970, que iniciava assim: “Noventa milhões em ação...”? Pois é! Hoje já somos mais que o dobro da população daquela época. E o Brasil mudou de forma considerável! Houve mudanças políticas, sociais e econômicas. Tornamo-nos uma verdadeira potência agrícola graças aos avanços tecnológicos, que para atender a uma população cada vez maior, tivemos que mudar muitas coisas. A primeira foi a definição de o que queríamos ser de fato. Se era para continuar no subdesenvolvimento ou se era para avançar no progresso.  Desta forma, o país saiu de uma situação que perdurava praticamente desde a época de colônia, quando iniciamos a nossa história com uma vida predominantemente rural e passamos a morar majoritariamente nas cidades. Quando a maior parte das pessoas morava no campo, a nossa agricultura era de modo geral de subsistência. Todos produziam nos seus quintais, ou em pequenas lavouras, aquilo que necessitavam para comer. O fazendeiro só comprava o sal que vinha do mar, porque este não podia ser produzido na sua fazenda, ao contrário das outras coisas que ele e seus familiares comiam, vestiam, se medicavam e até divertiam. A propriedade rural era auto-suficiente como eram os feudos medievais e se sobrava algo, este era então vendido nas cidades, naqueles mercados ou feiras-livres, dos quais ainda hoje persistem de forma tenaz e que são disputados por fregueses e turistas que queiram conhecer o que a população local produz. Não há lugar melhor para se conhecer a cultura regional de um povo, do que um mercado municipal. Ali sim, é possível ver quem produz o quê e o que é produzido.
 Felizmente ou infelizmente, dependendo do ponto de vista, a situação atual é bem diferente. Morando majoritariamente nas cidades, as pessoas têm mais acesso às tecnologias, à educação, à saúde, ao lazer e a uma melhor qualidade de vida. Obviamente ainda dependemos do produtor rural para comer e assim viver. Não é possível plantar e colher em apartamentos ou em quintais de casas que estão cada vez menores por causa dos altos preços dos terrenos para construção. Assim ficamos dependentes do abastecimento contínuo e de toda a logística que ele envolve. Isto revela uma situação que pode ser frágil. Ainda há pouco, algumas cidades do Norte do país ficaram incomunicáveis por causa de enchentes de rios. Esperemos que algo semelhante não ocorra nunca a um nível maior ou mesmo nacional porque senão estaríamos perdidos!

A agricultura brasileira tem sido até o presente, a principal coluna da nossa economia. Nossas safras são cada vez maiores ano a ano e o agronegócio é responsável por milhões de empregos diretos e indiretos. E isto apesar de inúmeros percalços como secas prolongadas, mercado financeiro instável e duvidoso, impostos altíssimos e preços de insumos bem elevados. Nosso homem do campo está de parabéns, porque é devido ao seu empreendedorismo corajoso que as cidades vivem! É a ele que devemos o nosso café da manhã, nosso almoço e jantar, além dos lanches entre as refeições. Pensemos nisto ao comer qualquer coisa. E que saibamos valorizar nossos alimentos, que foram produzidos com tanto trabalho, para evitar todo tipo de desperdício.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Desigualdade natural e desigualdade social
Hoje em dia se fala muito que “a raiz de todos os males sociais reside na desigualdade”. Será isto uma verdade? Será que toda e qualquer desigualdade em si mesma é algo ruim e que deve ser eliminado? Olhando a Natureza, a conclusão que um observador atento faz ao ver as criaturas é que não existe nada igual nela. Numa nevasca, por exemplo, todos os flocos de neve, que têm a forma hexagonal, são todos diferentes. Não há nenhum igual ao outro. Num deserto ou numa praia bem extensa, os grãos de areia que ali estão, também são todos desiguais. A meu ver isto é uma demonstração que nosso planeta é o único que tem vida no Universo. Digo isto ao estudar as características da Terra. Ela tem as dimensões perfeitas. Se fosse um pouco menor, teríamos menos gravidade e muita coisa sairia “voando” por aí, com o nosso desgosto. Se fosse mais perto do Sol, teria um calor insuportável e se fosse mais distante, seria um planeta congelado como é o Polo Sul. Se tivesse um pouco mais de gás oxigênio, seríamos todos oxidados ou queimados e se tivesse menos, o mundo seria como o ar das montanhas, ou seja, rarefeito com as graves implicações para a saúde de muitos seres vivos. Há um princípio estudado em Geologia, chamado de Uniformitarismo. Este princípio diz que os fenômenos naturais que ocorrem hoje, ocorreram no passado e o mesmo acontece no futuro. Eu acredito que também ocorrem no Universo inteiro e por causa disto, acho que a vida tal como a conhecemos, só existe aqui mesmo no nosso planeta. Portanto, devemos cuidar bem dele porque é “única casa que temos”. Pode até ser que haja outro, mas nas condições atuais, ele está totalmente inacessível a nós.
E a desigualdade social? Será ela boa ou má? Naturalmente falando, ela é algo previsível e, portanto, decorre da própria natureza. Isto porque ninguém é igual à outra pessoa. Todos nós temos pensamentos diferentes, felizmente! Ninguém quer exatamente o que o outro quer. Se existe a Sociedade, ela está aí graças ao consenso de todos, que aceitam viver juntos apesar das diferenças.  Assim, esta forma de querer e de pensar produz naturalmente a desigualdade entre as pessoas. O que é ruim é o excesso de desigualdade. Não podemos dizer que é desejável uma Sociedade onde pouquíssimos tem quase toda a riqueza e vivem de forma nababesca e a imensa maioria vive na pior da miséria. Isto é típico de uma situação de opressão, vivida em tempos remotos da história, onde só havia castas de senhores e o resto da população era escrava. Quem é que quer isto para os nossos dias? Desta forma, podemos dizer que o desejável é uma sociedade menos desigual. Querer algo totalmente igual, além de ser uma quimera, pode ser uma coisa forçada que pode ser feita com violência e isto é totalmente indesejável por qualquer pessoa de bom senso.

Concluindo, eu diria que a desigualdade social em si não é ruim, cada indivíduo tem o seu papel diferenciado na Sociedade. O que deve existir é um maior espírito solidário e principalmente menos egoísmo por parte das pessoas que usam o trabalho de outras para se enriquecer. Existe sempre o mais fraco e este deve ter uma atenção mais especial. Assim como uma criança recém-nascida que tem todo o amor de seus pais, da mesma forma, o fraco e o  menos favorecido deve ter da Sociedade a compaixão e a atenção necessária para podermos todos  nós caminharmos  nos trilhos da justiça.

sábado, 19 de abril de 2014

Existe o “bom selvagem”?
Jean-Jacques Rousseau, filósofo francês do Século XVIII afirmava que “as instituições educativas corrompem o homem e tiram-lhe a liberdade”.  Assim, a pessoa para ser de fato livre, seria necessário seguir tão somente a sua natureza e com o encontro consigo mesma, ela atingiria a sua plenitude como ser humano. Isto gerou na época uma busca pelo “bom selvagem”, ou seja, aquele homem incorrupto,  isento de toda e qualquer maldade e cheio de boas ações e excelentes intenções. Muitos ao verem os selvagens dos mundos descobertos ou conquistados pelas potências europeias pensaram estar ali o bem em si mesmo. Algo que deveria a todo custo ser preservado e mantido longe de qualquer tipo de influência da Civilização. Apesar de estudos e convívios com tais pessoas e com o descobrimento que afinal de contas eles não eram tão bons assim, muita gente continuou e ainda continua pensando que “o homem selvagem é imaculado por ser selvagem”. Desta forma, ainda pregam aqui, lá e acolá que “a solução para todos os males é o retorno às selvas”. Por isto andam dizendo que “a preservação das matas é um bem supremo que deve ser defendido a qualquer custo”. É o “espírito ecologista” que pode ser percebido nos discursos ambientalistas de muita gente. Este “espírito” que tem suas raízes no Romantismo, porque Rousseau é um dos “pais” do movimento, tem com certeza muitas verdades. Mas serão suas afirmações todas verdadeiras?
Analisando de uma forma simplificada, podemos perceber que muito do que Rousseau diz não é bem uma verdade, mas sim um conjunto de sofismas que deseja justificar a “liberação geral de todos os instintos humanos”, até mesmo os piores possíveis! Quando ele diz que “instituições educativas corrompem o homem”, ele afirma que a Educação em si é um mal corruptor e que por isto mesmo não deveria existir. Isto está na linha daquela música do conjunto “Pink Floyd”, “The Wall” que diz: “nos não precisamos de Educação” e “professor(a), deixe as crianças em paz!” Assim, o ideal de “liberdade” vai ao encontro da libertinagem, o que pode ser percebido no comportamento leviano de alguns, bem conhecidos por todos! Além disto, não significa que “toda pessoa selvagem ou não, aprende consigo mesmo o que é bom e o que mal”. O aprendizado vem sempre com o exemplo de outros, que pode acontecer com a teoria assimilada ou pelo contraste, ao ver erros e acertos. Assim, é necessário estar em sociedade para aprender. E para viver com outras pessoas, necessitamos de regras de comportamento, que muitas vezes podam-nos e impedem de agir “livremente” de acordo com o nosso bel-prazer!
Desta forma, podemos concluir que o homem não é “concebido sem pecado” e que sempre é bom em todas as suas atitudes, mas pode se tornar cada vez melhor. E isto vem sim com a Educação! É ela que molda a pessoa e a faz cidadã, capaz de conviver em sociedade. É a Educação o agente transformador para edificar a paz e a ordem, tão ansiadas por todos! E então? Temos algo a aprender com os selvagens? Com certeza sim! Até eles nos educam! Eles nos ensinam que viver junto com outras pessoas é melhor que aprender sozinho, seguido seus instintos!


sexta-feira, 14 de março de 2014

Em defesa dos animais
Vi num vídeo divulgado numa rede social, o abate de um leão por alguns caçadores na África. A fera estava sozinha e foi morta a tiros de fuzil com mira telescópica. Foi uma cena cruel e espantosa, porque o animal se debatia, como que lutando pelos últimos instantes de vida. Soube depois que os caçadores eram pessoas ricas dos Estados Unidos, que estavam em férias na busca de algo emocionante... Não sei o que há de fato empolgante estar por trás de uma poderosa arma de fogo, protegido por uma turma bem equipada com toda espécie de fuzis e  pistolas, mas enfim, eles acharam engraçado fazer uma coisa desta natureza. Pensei então no pobre animal que nem viu seus oponentes, uma vez que estavam longe do local onde repousava tranquilamente, quiçá, após uma refeição. Quem tem dinheiro pode fazer o que quiser, quase sem limite algum. Queria era ver algum magnata como aqueles, puxar a cauda de um leão, como fazem os masais, quando pretendem assumir a chefia da tribo. A forte e indignante cena para uma pessoa que como eu, ama os animais, é repetida várias vezes no mundo e atinge outras espécies, frequentemente ameaçadas de extinção.
De fato, pouco ou nada podemos fazer para salvar animais que serão mortos por pessoas que matam somente por esporte. O princípio ambientalista afirma que “devemos pensar globalmente e agir localmente”. Assim, no nosso ambiente podemos sim, fazer algo, que pode ajudar animais indefesos. Por exemplo, evitando o abandono destes ou pelo menos tentar convencer as pessoas que conhecemos a não fazer isso. Sei de muitos casos de gente que não conseguindo mais sustentar o cão que cria, o leva para um lugar longínquo, de modo geral, na zona rural, para soltá-lo, na esperança que ele “se vire” por lá. Com certeza, as possibilidades de sobrevivência de um cão no mato, são mínimas. E isto vale também para gatos e outros animais domésticos criados em casa. No lar, os bichinhos estavam acostumados a receber comida diária e ao perder esta mordomia de um momento para o outro, certamente entram numa situação nova em que a adaptação provavelmente não ocorre e assim não tardam a perecer, muitas vezes com uma agonia lenta e sofrida.

Circula por aí, uma “declaração universal dos direitos dos animais”, parecida com a Declaração dos Direitos Humanos de 1948. Muitos nem sabem de sua existência e outros a praticam mesmo sem a conhecerem. Isto porque muitas vezes, certos bichos têm até mais valor que pessoas... Eu gostaria de dizer aqui, que a meu ver, tal declaração é no mínimo, hilária. Isto porque se afirmarmos que “um animal tem direito à vida e a liberdade”, não poderíamos então comer mais carne de espécie alguma. Nem de peixe! Não poderíamos ter um cão que vigia nossa casa 24/dia, porque o melhor amigo do homem teria um direito ao descanso... Então eu diria que animais não têm direitos de fato. Nós, seres humanos e racionais é que temos o dever de nos portar de forma razoável com os demais seres vivos, com respeito e amor. É certo que qualquer um deles vale menos que uma pessoa. Mas esta pode se desvalorizar quando os trata de forma animalesca!

quinta-feira, 13 de março de 2014

Um ano de papado
Comemoramos um ano de papado de Francisco. Foi um ano de novidades, sem dúvida alguma! Primeiro soubemos da inesperada renúncia do Bento XVI, cujos motivos até o presente ainda não foram totalmente esclarecidos. Não se ouvia falar da renúncia papal há vários séculos! Há muitas cogitações sobre o caso e as teorias conspiratórias fervilham em todos os ambientes, principalmente nas redes sociais. Palpites é que não faltam e a versão “vulgata” é que o papa  Ratzinger fez o que fez por problema de saúde. Ainda assim, dizem as más línguas, que o alemão “não aguentou” a onda de escândalos de várias naturezas, que envolvem várias dioceses. Sendo ele o chefe máximo da Igreja, a acusação-mor é de fraqueza e covardia. Não creio que cabe a nós julgarmos o pontífice por atos que ele não cometeu. Ainda mais que o princípio jurídico de acusação é que, em caso de dúvida, o réu tem sempre a razão.
Trinta dias depois do fato inesperado, da sacada da basílica de S. Pedro, o mundo inteiro assistiu a proclamação do novo papa. Ele era o primeiro em vários adjetivos: latino-americano, argentino, proveniente do hemisfério Sul e adotou um nome até então inexistente para papas, em homenagem ao pobrezinho de Assis. Seu modo de ser encantou muitos que desejavam uma forma mais simples de autoridade eclesiástica. Assim, foi eleito um cardeal que usava transporte público em Buenos Aires, não morava em palácio e comia com pobres da periferia da cidade. Para quem vê filmes (porque hoje só podemos ver isto em registros audiovisuais) com aqueles papas anteriores ao Concílio Vaticano II, que usavam uma cadeira que era carregada por fiéis privilegiados, a sede gestatória, a imagem do papa atual é profundamente contrastante! Com certeza, as atitudes de Francisco despertam muita simpatia e esperança em muitos que querem um aspecto mais democrático para todas as autoridades. Para estas pessoas, ser carregado num trono parece ser desumano e contrário aos princípios da Revolução Francesa, que prega a Igualdade. Além disto, o fato do papa atual usar objetos simples, que não são de ouro, dão uma ideia de como podemos viver sem ostentação e luxo. É bem simbólico o presente que Francisco recebeu de um pároco: um carro Renault Quatro usado, que equivale a um modesto fusquinha no Brasil, para que ele mesmo o dirija pelas ruas de Roma.

Entretanto, não parece que o Papa Francisco irá mudar a doutrina da Igreja sobre assuntos controvertidos. Eu vejo nas internet que muita gente espera uma mudança radical com base em atitudes e frases, muitas vezes tiradas do contexto, do pontífice. Por exemplo, quem espera que o papa aprove o divórcio, com a admissão à comunhão de casais de segunda união, será melhor que mude de ideia. O prefeito para congregação da Doutrina da Fé, cardeal Gerhard Mueller, disse que “as pessoas cujo estado de vida contradiz a indissolubilidade do matrimônio sacramental não podem receber a Eucaristia”. Isto é apenas um sintoma “que nada muda” em relação à doutrina. Pode haver mudança sim, no aspecto pastoral, mas não significa que a Igreja mudará seu parecer sobre estes tipos de assuntos. Uma instituição bimilenar, tem  mais para ensinar do que para receber conselhos.

sábado, 8 de março de 2014

E viva a mulher!
Chegamos ao mês de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Com certeza é para comemorar. Estamos num tempo em que a mulher ocupa cargos importantes na política mundial. Também podemos constatar hoje, que ela está mais bem empregada e com salários bem melhores do que anos atrás. Tudo isto com certeza é marca do progresso. Além disto, existem leis que garantem a proteção ao membro do sexo feminino contra agressões, assédio e outros tipos de violência.  Mas também há algo que surgiu nestes últimos tempos que faz como que, haja uma perda significativa de todas estas conquistas de anos a fio: É a desvalorização da mulher pela Sociedade. Percebemos que há um certo tipo de pessoas que acham que a mulher é um “objeto”, muitas vezes descartável. Assim, a mulher se tornou artigo de consumo nas revistas masculinas, em que o fator humano está simplesmente ausente. Está ali somente um corpo, mas onde está a alma? O que é do ser humano que posa naquele periódico? Eu tenho a certeza, que ninguém procura imagens de mulheres pagas para posar nessas publicações, com o intuito de amar verdadeiramente a pessoa representada ali! E a “coisa” não para por aí! Infelizmente, nossa Sociedade está inundada de uma contracultura que promove justamente o rebaixamento da mulher nos piores níveis! Desta forma, em várias  músicas, só se valoriza as partes mais prosaicas do corpo feminino e isto é ouvido por todos, nas rádios e TVs deste país. Além disto, se tornou até “elogioso” para algumas, serem chamadas de adjetivos vis como “vadia”, “cachorra”, ou “piriguete” e até mesmo nomes impublicáveis! Onde é que estamos?
O principal papel, que é insubstituível da mulher, é com certeza a maternidade. Não é que eu acho que “elas só servem para ter filhos”, mas ser mãe é algo sublime! E gerar um ser que é feito à imagem e semelhança de Deus é absolutamente singular e até invejável para nós homens! Eu não penso que a igualdade deve ser total, a ponto de inverter os papéis na ordem da geração dos seres humanos, mas considero maravilhoso carregar outra pessoa no seu corpo, para depois dar-lhe a luz. E o melhor de tudo está no aprendizado, que vem depois. Com certeza, todas as nossas mães foram as nossas primeiras mestras. E também foram as enfermeiras. Desta forma, as necessidades básicas de qualquer pessoa, são suprimidas inicialmente pelas nossas genitoras. E quantas vezes, elas são as “heroínas esquecidas”, muitas vezes abandonadas numa casa de idosos... É! A gratidão é uma virtude rara, mas que deve ser praticada por todos!
É por isto que venho aqui dar minha homenagem à mulher. Com as devidas licenças do leitor(a), quero primeiramente, como cristão que eu sou, honrar a “bendita entre as mulheres” (Lc 1, 42), Maria mãe de Jesus, nosso Salvador. Depois minhas honras vão para minha querida mãe, Lucília, a quem devo tanto! E evidentemente para o meu “alter ego”, que é a minha esposa, Rita. Depois vem a minha irmã, Mônica e a minha filhinha, Teresa. E não me esqueço das minhas avós, sobrinha e afilhada, tias, primas, colegas de trabalho, vizinhas, amigas e conhecidas. Acredito que todos têm mulheres na sua vida, que são representadas por estas categorias que mencionei neste meu artigo. E viva a mulher!
Marco Antonio Martins Caldeira


terça-feira, 4 de março de 2014

A paz é o fruto da justiça
Estamos passando por uma época de intranquilidade. Do nosso continente, recebemos notícias de conflitos políticos na Venezuela e de problemas ligados ao crime no Brasil. Da Ásia e África, sabemos que pululam daqui e dali, guerras civis, que parecem intermináveis. E agora a velha Europa se vê novamente na possibilidade de uma guerra, de consequências imprevisíveis. E o mais interessante é que faz neste ano de 2014, o centenário do início do mais sangrento dos conflitos que foi a Guerra Mundial. Pus aqui no singular a palavra “guerra”, porque muitos historiadores consideram a Primeira e a Segunda grande Guerra, como um só evento, separado por duas décadas de trégua. E tem também o bicentenário do fim das guerras napoleônicas, que também modificaram de modo significativo, o rumo da história da humanidade. Para quem é supersticioso, o número que indica este ano, pode então ser assustador! Seria muito triste e temeroso assistir uma repetição de tudo o que aconteceu, com milhões de pessoas mortas, feridas ou tornadas inválidas, com a formação de viúvas e órfãos, além de uma incalculável destruição do patrimônio público e privado e de danos ao ambiente. Em outras palavras, a guerra é indesejável e por isto deve ser evitada. Mas não a qualquer custo! Não podemos ter o espírito de capitulação em caso, por exemplo, de uma invasão estrangeira. Desta forma, o inimigo não pode entrar aqui e ver que não há resistência e assim impor suas regras. É preciso mostrar ao invasor, que quem aqui está, luta pela sua pátria, pela liberdade e pelo bem comum de todos os brasileiros.
Se a guerra é tão ruim, o que é preciso então para ter a paz?  Primeiro, a paz deve começar em cada um de nós, ou seja, em nossos corações. Se estivermos bem conosco, então a paz está plantada. Porém, se há algo que não está bem, seja dentro ou fora de nós, então o conflito se dá! Assim é com as nações. Qualquer situação mal resolvida, pode ser uma semente de guerra no futuro. Um país se resolve invadir o seu vizinho, é porque se sente forte e aposta na fraqueza do oponente. Muitas vezes, uma guerra é a consequência de uma paixão desregrada, ou seja, o líder da nação agressora quer se mostrar como o “tal” e aí pouco se importa com a desgraça alheia. Ele quer somente dizer com o seu ato estúpido, que é o “dono do pedaço” e que por isto deve ter todas as honras e prestígios! Assim foi com os reis antigos e assim  também é com os chefes de governos modernos.  A humanidade parece ser sempre a mesma!
Então, para cultivar a paz, é preciso ter antes de qualquer coisa, o senso da justiça. Mas o que é justiça afinal? O conceito desta virtude é simples: dar a cada um, o que é de direito, ou seja, o que lhe é pertencente. Se alguém tem algo que não é seu, o dono deste algo, mais cedo ou mais tarde o irá reclamar e se não lhe for devolvido por bem, será então à força. Assim é a paz. Um fruto maravilhoso, que deve ser mantido, por todos os seres pensantes. Porque é só com a paz é que podemos ter de verdade, uma civilização!



sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Reflexões sobre a goiabeira
Se existe uma história infantil que eu aprecio é a do “Patinho feio”. Gosto de ver como um nobre nascido em ambiente hostil dá a volta por cima e depois se sai o vencedor. Acredito que este conto se repete muitas vezes na sociedade humana e na natureza animal e vegetal. Assim, seres que nascem pequeninos, muitas vezes se tornam imensos e acabam por dominar o ambiente em que está, se tornando assim, os “donos do pedaço”. Isto acontece com uma planta muito comum neste país tropical, abençoado por Deus. Falo da goiabeira, uma árvore frequente em muitos quintais, lotes vagos, pastagens e áreas antrópicas. Muitos autores não a consideram nativa do Brasil, mas como muitas outras espécies vegetais, ela acabou se naturalizando por aqui e é difícil imaginar nossa pátria sem o pé de goiaba. Muitas crianças, imitando nossos parentes símios iniciaram seu retorno às arvores numa goiabeira. Ela faz parte da infância, adolescência e juventude de muitas pessoas, que subiram nos seus galhos à procura de seus frutos amarelos por fora e vermelho/branco por dentro.
Eu penso que um ser humano que nunca subiu numa árvore, desconhece de fato o que é a liberdade. Isto porque ser livre é ter o direito de fazer o que é agradável e saudável. Assim buscar uma fruta que é doce, rica em vitamina C, que está no alto de uma árvore próxima, é na verdade uma procura por um prêmio que pode ser singelo, mas tem algo de sublime. Principalmente quando a goiabeira está no nosso quintal e a pessoa que sobe é um filho, ou uma pessoa que inicia seu aprendizado e que temos por ela o nosso melhor apreço. É claro que devemos observar as regras de segurança. Subir em árvores pode ser perigoso para um inexperiente e pode ter más consequências. Mas se não tiver perigo, por que não o fazer? Percebo hoje em dia que as pessoas estão muito preocupadas mais em sobreviver do que apreciar as coisas boas da vida. Parece que nascem para ganhar dinheiro e se divertirem no final de semana. E as outras coisas que são inerentes a esta vida, são apenas “algo que tem que ser feito” e pronto! Não sabem, por exemplo, apreciar um belo entardecer, porque esta é hora de ir para casa num trânsito caótico. Não têm mais contato com o vendedor de alimentos, porque este está num gabinete de supermercado com um telefone no ouvido a fechar mais negócios. Não conversam mais com os vizinhos porque precisam ver a TV, para se inteirar dos assuntos diários ou para desanuviar o estresse adquirido no dia a dia!

Ah! Como seria bom se as casas tivessem quintais maiores para ter goiabeiras e quiçá, outros pés de frutas, como mangueiras, abacateiros, jabuticabeiras, etc. Acredito que a qualidade de vida seria bem melhor e as pessoas seriam mais humanas e não mecanizadas como estão hoje. Vivemos como peças de uma engrenagem chamada Sociedade. Temos que funcionar, produzir e mostrar serviço, sob pena de sermos excluídos. E o espaço para poetas, artistas e apreciadores da Criação está cada vez mais reduzido. Quando o último destes morrer, com certeza teremos a certeza que a humanidade acabou! Seremos todos uma imensa máquina globalizada!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Indisciplina e aprendizagem
Percebo que um dos maiores vícios que as pessoas têm é a intemperança. Muitas vezes elas vão de um extremo a outro. Assim, uns bebem em demasia bebidas alcoólicas enquanto outras acham que só tomar um fino licor é um mal em si. Não há, portanto, um “meio termo” onde se situa a virtude. Na nossa história eu vejo a mesma coisa. Passamos por um período de um regime militar, onde só de cantar uma música, com certas palavras, muitas vezes inocentes, já era motivo para a ação da censura, ou até mesmo a prisão do autor e ou então do cantor! Eu me lembro bem que na escola onde estudei, a autoridade era algo como que sagrado. Se um diretor entrava na sala, todos imediatamente se levantavam e o saudavam. Um ato de indisciplina leve, como por exemplo, espirrar de forma escandalosa, era punido imediatamente com uma repreensão ou expulsão da sala de aula. Daquela forma, uma aula poderia correr de forma tranquila para o professor e para os estudantes que queriam de fato aprender algo. Porque a punição era somente para quem não desejava estudar e somente bagunçar a classe.
Quanta diferença em comparação com os nossos dias! Parecem dois mundos! Um da autoridade que impunha respeito e o outro onde “a imaginação tomou o poder”! Podemos então verificar que saímos de um período de repressão para uma total liberação. Ficou assim, proibido proibir qualquer coisa que reprima os instintos, por mais baixos que eles sejam, ou  piores as consequências que advenham deles! E a escola atual, como é que ficou? Para responder esta pergunta, basta perguntar numa sala de cursinho de vestibular, quem ali quer ser um professor da educação básica! Se de uma centena, alguns poucos querem ser mártires, serão muitos! Isto porque a profissão de educador se tornou pouquíssimo atraente, não só por causa dos baixos salários, mas principalmente por causa das precárias condições da educação! Não falo aqui da infra-estrutura de apoio didático, como salas com recursos multimídia, laboratórios, ou material de reprografia. Felizmente, dá para ver que muitas escolas já têm o essencial, que é a lousa, as carteiras, o giz e as instalações elétricas e hidráulicas. Sem estes elementos mínimos, a escola não pode ser! Mas o principal de tudo é o professor! É ele quem vai determinar a aprendizagem e a disciplina. Isto porque estas duas andam sempre juntas. Não é possível dissociar uma da outra. Então, o que é preciso para um professor e por consequência a escola se adaptar à nova realidade em que vivemos? Primeiro, o mestre deve ter de forma satisfatória o domínio de sua matéria. Se por acaso um aluno qualquer percebe que o docente vacila no conteúdo, a ameaça de implantação do caos está feita! Para isto então, o professor deve planejar bem a sua aula e a forma de explanação da mesma para evitar o desastre. Segundo, as possíveis formas de manifestação de indisciplina devem ser evitadas com paciência. Então, para uma boa aula, é preciso ter virtude! Mau humor, rancor, impaciência e qualquer tipo de rabugice, são absolutamente indesejáveis num professor que  quer passar segurança no que ensina. Desta forma, se um aluno, por exemplo, resolve cantar ou assobiar no meio de uma explicação, que seja ouvido até se calar. Ele com certeza faz isto para testar o limite do docente. Se o professor não perder a pose, ele será o vitorioso nesta pequena batalha!

A Educação deve ser um trabalho coletivo! Eu vejo, por exemplo, uma manada de elefantes que sempre ajudam um filhote que tem dificuldades, para seguir em frente. Sabemos que aqueles animais são bem espertos e têm boa memória. Então porque não aprender com eles? Se não queremos uma geração de pessoas sem cultura e uma escola falida, devemos por nossas mãos à obra e nossos espíritos em guarda para lutar e vencer esta guerra a favor de quem mais precisa: nossas crianças e jovens.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Arborização urbana

Passamos por um veranico considerável neste início de ano. Boa parte do Brasil sofre com falta de chuvas e na nossa região, a situação é mais crítica ainda com o calorão. De fato, os termômetros acusam temperaturas de pouco mais de 30 graus centígrados, mas a sensação térmica para quem está no Centro na hora do almoço chega aos 40° C. Isto acontece principalmente pela falta de sombra. A parte mais velha de Montes Claros é praticamente destituída de árvores e isto dá um grande desconforto. Podemos constatar o mesmo em muitos bairros da cidade. Parece que ainda vigora o antigo jargão em que se considera “árvore como mato” e que “progresso é sinônimo de desmatamento”. Assim, uma certa antipatia pelo verde, faz com que as áreas residenciais fique apenas um lugar para dormir ou para assistir televisão. Quem quiser “ver mato” tem então que ir a um sítio ou à uma fazenda. A Organização Mundial de Saúde recomenda que cada cidade tenha, no mínimo, 12 m² de área verde para cada habitante. Desta forma, podemos constatar que Montes Claros está muito aquém do desejado. Seguimos assim, com um calor desconfortável e com riscos à saúde. É sabido, por exemplo, que andar debaixo do Sol quente no início da tarde pode trazer complicações cardiovasculares.
Se não podemos vencer o calor, podemos pelo menos tentar amenizar seus efeitos. A solução para uma cidade como a nossa parece estar na parceria da prefeitura com os moradores e as empresas privadas, com o plantio de árvores. Mas vejam bem! Não é só plantar “a torto e a direito” por aí, é que vai resolver todos os problemas da cidade. As vezes, ao plantar uma determinada espécie vegetal, podemos é causar mais problemas que soluções. É o caso da figueira benjamina (Ficus benjamina), que eu vejo em muitas calçadas por onde passo. Estas árvores possuem raízes pivotantes que se espalham por uma grande área e assim causam danos consideráveis nas construções. Já ouvi dizer que a planta de crescimento rápido, “no primeiro ano dá um boa sombra, mas no segundo derruba o seu muro e no ano seguinte, deita abaixo a sua casa”! Tem também o problema das redes de fiação elétrica, que sempre estão em desarmonia com as árvores dos passeios. È preciso então saber escolher a espécie a ser plantada, afim de dar uma boa sombra, um ambiente agradável e para não se arrepender posteriormente. Uma árvore que eu saiba que atende bem estes requisitos, é a murta-de-cheiro (Murraya paniculata) , que além de fornecer uma boa sombra e bom tamanho, dá um agradável perfume de jasmim.
Mas como eu disse, a arborização da cidade tem que passar antes por um processo de conscientização das pessoas da necessidade de ter isto nas ruas. È preciso também a participação dos órgão públicos para estimular o plantio e a manutenção das árvores, à semelhança dos incentivos fiscais, que são dados aos moradores e proprietários de terrenos que constroem muros e fazem as calçadas. Já existem até cidades que têm RPPNs (reserva particular de patrimônio natural) urbanas, ou seja, áreas em que nunca mais serão construídas nada nela. Pode parecer uma loucura, mas é a meu ver, um ato de coragem em defesa da preservação ambiental e por uma melhor qualidade de vida. Tudo o que fazemos contra a Natureza, mais cedo ou mais tarde terá o seu retorno. Assim, o que fazemos de bem para ela, terá também a sua recompensa.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Função social das riquezas

Nada acontece por acaso. Assim, não é à toa que eu escrevo este artigo e o leitor o está a ler. Se eu pude comprar este jornal é porque eu tenho dinheiro, que foi ganho de algum modo. Isto é o óbvio. Então se tenho dinheiro, ou alguma riqueza é porque ela tem uma finalidade, que com certeza deve fazer algum bem, caso contrário, seria melhor que ela não existisse! Desta forma, posso dizer que tudo que há no Universo tem alguma função. Assim é com as riquezas materiais. Afinal, para que existem ricos e porque existem pobres? Seria bom se todos, os homens, que são iguais por natureza, não o fossem também pelos seus bens? Na primeira vista sim. Não é nada agradável ver casas imensas e de alto luxo, nos bairros nobres, sabendo que existem muitas pessoas em situação de extrema miséria, que são esquecidas por aquelas que têm riquezas. Na Sociedade atual, em que se fala tanto de igualdade social, chega a ser um escândalo existir gente que está sem uma vida digna! E o pior, é que várias pessoas que têm seus bens, muitas vezes os conseguiram de forma ilícita! Aqui eu me refiro à corrupção dos políticos desonestos; à sonegação de impostos por certos comerciantes; ao roubo e a maracutaia de “espertinhos”, que acreditam que nunca serão punidos de fato. Assim, quando estes que foram mencionados têm algo, acham que suas riquezas são por si um fim e não um meio, que deve lhe proporcionar a finalidade real, que é a sua plena felicidade verdadeira.
Muitas vezes, os tais ricos, que adquiriram suas riquezas de forma errada, parecem andar de forma antissocial. Um estudo da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos descobriu que certos indivíduos das classes mais altas são menos capazes de detectar e responder a sinais de problemas alheios. Isto faz lembrar o famoso “Tio Patinhas” de Walt Disney, que é um estereótipo de um ricaço avarento e insensível. O personagem foi baseado na história  “Um Conto de Natal” de Charles Dickens de 1843. Frequentemente, no dia a dia, podemos ver coisas que nos fazem pensar que o escritor inglês devia ter suas razões ao escrever o conto. Podemos perceber isto no trânsito, por exemplo, em que carros luxuosos não param na faixa de pedestre, ou com algum parente rico, que nega ajuda a quem necessita. É claro que não quero generalizar e dizer que “ser rico é ser mau”, mas apenas desejo expressar meu pensamento, coisa que só posso fazer numa democracia.

Não é errado ter riquezas. Assim como não é incorreto trabalhar e economizar o seu ganho, para comprar algo que agrade. A propriedade nada mais é que o salário acumulado, como definiu Leão XIII na sua encíclica Rerum Novarum. Assim, se alguém tem algo, é para que usufrua deste algo, com a certeza que ele não é o fim, mas apenas um meio, que deve ser usado em consideração ao bem comum de toda a humanidade. Isto é o que chamamos de fim social da propriedade: nada é só de alguém. Tudo pertence, em última análise, a todos, porque vivemos em sociedade. As coisas que temos, estão somente provisoriamente no nosso uso. Nenhum féretro tem gavetas.

sábado, 1 de fevereiro de 2014


Ecologia e a Religião


Ao ler livros de História, percebo que cada século que passa tem a sua marca característica. Assim o Século XX foi marcado por guerras violentíssimas que ceifaram muitas vidas. O Século XIX teve as revoluções que implantaram as primeiras repúblicas modernas. Dá para perceber que tanto no início quanto no fim de cada século há um período de transição que parece determinar o que vem e o que ficou para trás. Assim, as proclamações de repúblicas iniciadas no século XIX continuam no início do século seguinte. Desta forma, podemos de algum modo, prever no início de cada século, certas coisas que podem acontecer no que resta deste. Então vem a pergunta: qual será a marca do Século XXI? A meu ver este nosso Século tem como característica principal uma preocupação altruísta de melhoras na Sociedade. E esta preocupação, a meu ver, se deve principalmente, à ação da mídia, que tem promovido uma campanha sistemática do bem, ao revelar as violações dos direitos humanos. E quando digo “direitos humanos”, eu refiro não só ao bem-estar da pessoa, mas de todo o ambiente em que ela vive. Isto porque não é possível separar o homem do local onde ele está. Assim, ao mostrar ao público as agressões ambientais e suas consequências, a imprensa presta um grande serviço à população, porque esta ficará consciente do seu dever, que deve ser exercido localmente e globalmente.


A religião dá a forma de nortear o pensamento e as atitudes de uma pessoa. Podemos dizer, parafraseando Aristóteles, que o homem é um ser religioso. Assim as atitudes de uma pessoa, com base na religião deve ter uma dimensão ambiental. E esta preocupação ambiental deve se basear, antes de tudo na caridade para com os outros. Por isso não convém, por exemplo, queimar pneus em áreas habitadas, jogar o lixo na rua, poluir os rios e extinguir as espécies. A Bíblia fala, por exemplo, do amor que devemos ter para com os seres vivos: “Se encontrares no caminho, sobre uma árvore ou na terra, o ninho de uma ave, e a mãe posta sobre os filhotes ou sobre os ovos, não a apanharás com os filhotes. Deixarás partir a mãe e só tomarás os filhotes, para que se prolonguem os teus dias felizes.” (Deut. 22,6). Seguindo este pensamento, a Igreja tem feito várias ações de conscientização das pessoas com suas Campanhas da Fraternidade, realizadas na época da Quaresma. Assim em 1979, a campanha teve como lema “Preserve o que é de todos”, que se dedicou a denunciar os abusos que vinha sofrendo a Natureza devido à inúmeras agressões por parte do sistema. Tem-se dito que a próxima encíclica do Papa Francisco terá como tema a Ecologia. O tema com certeza é pertinente e fornecerá subsídios para mostrar a Sociedade o caminho para onde ela deve ir.


Desta maneira, há a esperança que o Século XXI seja marcado por uma reviravolta a favor do ambiente e de todo o planeta Terra. Este nosso astro tem sido modificado de forma significativa na Idade Contemporânea pelo homem de forma preocupante. Por causa disto, surgem por toda parte palpites que produzem inquietações e que, muitas vezes no final das contas, se revelam como meras cogitações sem bases científicas. Esperamos, portanto, que a Religião contribua para que seja feita a paz e que o ambiente seja preservado. A humanidade agradece!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Uso de drogas e a vida escolar

O estado americano do Colorado acaba de aprovar uma lei que permite o uso da maconha com “fins recreativos”. Outros estados já haviam aprovado o uso estritamente “terapêutico” da erva, o que não deixou de provocar uma grande polêmica a nível nacional e internacional.
Discutindo com uma pessoa há algum tempo atrás, ela me perguntou: ”Mas afinal de contas, que mal há em fumar maconha? Que diferença faz  fumar um ‘baseado’ ou um cigarro? Desde que ‘não incomode ninguém’, eu não vejo mal algum!” Eu poderia responder a pergunta da minha questionadora com vários argumentos de natureza psicológica, social, médica, econômica, judiciária ou outros. De fato, na polêmica que tivemos, houve diversos deles. Mas aqui, eu gostaria de enfocar somente um, que é sobre a vida escolar. Isto porque a maioria dos usuários de drogas são jovens que estão em idade de frequentar a escola. Um estudo recente publicado no jornal Estado de São Paulo e analisado pelo psiquiatra Jairo Bouer em 13/10/2013, mostra que quase 10% dos alunos de escolas particulares entre os  8ºs e os 3ºs anos já experimentaram a maconha. E a metade destes jovens teve o primeiro contato com a droga entre os 14 e 15 anos de idade. Dos que haviam consumido, 18% a usaram quase todos os dias no mês anterior à pesquisa. Isto significa que já estão viciados, ou pelos menos a caminho do vício. O médico afirma que “os números mais surpreendentes da pesquisa atual são os obtidos quando se cruzam os dados sobre emoções e rendimentos na escola com o uso da maconha.”
Assim, 31% dos usuários da droga, já haviam sido reprovados na escola (dos que nunca a usaram, só 13%). Dos que fumam maconha, 63% admitiram ter dificuldade em manter a concentração na sala de aula (entre os não-usuários, 48%). E finalmente, 51% dos fumantes da “erva” disseram que têm dificuldades para entender as aulas (contra 35% dos que não a fumam).
Por estes números, é possível ver que a maconha é prejudicial. E ela afeta não só o rendimento escolar, mas também é responsável pela evasão da escola, uma vez que baixos resultados estimulam a saída devido a diminuição do interesse e da autoestima dos alunos. O pior de tudo é que um aluno evadido pode evoluir para um quadro mais agravante, com o uso de drogas mais pesadas como o crack.
Desta forma, é importante avaliar certas tendências políticas de “baixar a guarda” em relação à liberação do consumo e do tráfico de drogas, que podem significativamente afetar a vida dos nossos jovens e de toda a população.