A paz é o fruto da
justiça
Estamos passando por uma época de
intranquilidade. Do nosso continente, recebemos notícias de conflitos políticos
na Venezuela e de problemas ligados ao crime no Brasil. Da Ásia e África, sabemos
que pululam daqui e dali, guerras civis, que parecem intermináveis. E agora a
velha Europa se vê novamente na possibilidade de uma guerra, de consequências imprevisíveis.
E o mais interessante é que faz neste ano de 2014, o centenário do início do
mais sangrento dos conflitos que foi a Guerra Mundial. Pus aqui no singular a
palavra “guerra”, porque muitos historiadores consideram a Primeira e a Segunda
grande Guerra, como um só evento, separado por duas décadas de trégua. E tem
também o bicentenário do fim das guerras napoleônicas, que também modificaram
de modo significativo, o rumo da história da humanidade. Para quem é
supersticioso, o número que indica este ano, pode então ser assustador! Seria
muito triste e temeroso assistir uma repetição de tudo o que aconteceu, com milhões
de pessoas mortas, feridas ou tornadas inválidas, com a formação de viúvas e
órfãos, além de uma incalculável destruição do patrimônio público e privado e
de danos ao ambiente. Em outras palavras, a guerra é indesejável e por isto
deve ser evitada. Mas não a qualquer custo! Não podemos ter o espírito de
capitulação em caso, por exemplo, de uma invasão estrangeira. Desta forma, o inimigo
não pode entrar aqui e ver que não há resistência e assim impor suas regras. É
preciso mostrar ao invasor, que quem aqui está, luta pela sua pátria, pela
liberdade e pelo bem comum de todos os brasileiros.
Se a guerra é tão ruim, o que é
preciso então para ter a paz? Primeiro,
a paz deve começar em cada um de nós, ou seja, em nossos corações. Se estivermos
bem conosco, então a paz está plantada. Porém, se há algo que não está bem,
seja dentro ou fora de nós, então o conflito se dá! Assim é com as nações.
Qualquer situação mal resolvida, pode ser uma semente de guerra no futuro. Um
país se resolve invadir o seu vizinho, é porque se sente forte e aposta na fraqueza
do oponente. Muitas vezes, uma guerra é a consequência de uma paixão
desregrada, ou seja, o líder da nação agressora quer se mostrar como o “tal” e
aí pouco se importa com a desgraça alheia. Ele quer somente dizer com o seu ato
estúpido, que é o “dono do pedaço” e que por isto deve ter todas as honras e
prestígios! Assim foi com os reis antigos e assim também é com os chefes de governos
modernos. A humanidade parece ser sempre
a mesma!
Então, para cultivar a paz, é
preciso ter antes de qualquer coisa, o senso da justiça. Mas o que é justiça
afinal? O conceito desta virtude é simples: dar a cada um, o que é de direito,
ou seja, o que lhe é pertencente. Se alguém tem algo que não é seu, o dono deste
algo, mais cedo ou mais tarde o irá reclamar e se não lhe for devolvido por
bem, será então à força. Assim é a paz. Um fruto maravilhoso, que deve ser
mantido, por todos os seres pensantes. Porque é só com a paz é que podemos ter
de verdade, uma civilização!
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