domingo, 23 de fevereiro de 2014

Indisciplina e aprendizagem
Percebo que um dos maiores vícios que as pessoas têm é a intemperança. Muitas vezes elas vão de um extremo a outro. Assim, uns bebem em demasia bebidas alcoólicas enquanto outras acham que só tomar um fino licor é um mal em si. Não há, portanto, um “meio termo” onde se situa a virtude. Na nossa história eu vejo a mesma coisa. Passamos por um período de um regime militar, onde só de cantar uma música, com certas palavras, muitas vezes inocentes, já era motivo para a ação da censura, ou até mesmo a prisão do autor e ou então do cantor! Eu me lembro bem que na escola onde estudei, a autoridade era algo como que sagrado. Se um diretor entrava na sala, todos imediatamente se levantavam e o saudavam. Um ato de indisciplina leve, como por exemplo, espirrar de forma escandalosa, era punido imediatamente com uma repreensão ou expulsão da sala de aula. Daquela forma, uma aula poderia correr de forma tranquila para o professor e para os estudantes que queriam de fato aprender algo. Porque a punição era somente para quem não desejava estudar e somente bagunçar a classe.
Quanta diferença em comparação com os nossos dias! Parecem dois mundos! Um da autoridade que impunha respeito e o outro onde “a imaginação tomou o poder”! Podemos então verificar que saímos de um período de repressão para uma total liberação. Ficou assim, proibido proibir qualquer coisa que reprima os instintos, por mais baixos que eles sejam, ou  piores as consequências que advenham deles! E a escola atual, como é que ficou? Para responder esta pergunta, basta perguntar numa sala de cursinho de vestibular, quem ali quer ser um professor da educação básica! Se de uma centena, alguns poucos querem ser mártires, serão muitos! Isto porque a profissão de educador se tornou pouquíssimo atraente, não só por causa dos baixos salários, mas principalmente por causa das precárias condições da educação! Não falo aqui da infra-estrutura de apoio didático, como salas com recursos multimídia, laboratórios, ou material de reprografia. Felizmente, dá para ver que muitas escolas já têm o essencial, que é a lousa, as carteiras, o giz e as instalações elétricas e hidráulicas. Sem estes elementos mínimos, a escola não pode ser! Mas o principal de tudo é o professor! É ele quem vai determinar a aprendizagem e a disciplina. Isto porque estas duas andam sempre juntas. Não é possível dissociar uma da outra. Então, o que é preciso para um professor e por consequência a escola se adaptar à nova realidade em que vivemos? Primeiro, o mestre deve ter de forma satisfatória o domínio de sua matéria. Se por acaso um aluno qualquer percebe que o docente vacila no conteúdo, a ameaça de implantação do caos está feita! Para isto então, o professor deve planejar bem a sua aula e a forma de explanação da mesma para evitar o desastre. Segundo, as possíveis formas de manifestação de indisciplina devem ser evitadas com paciência. Então, para uma boa aula, é preciso ter virtude! Mau humor, rancor, impaciência e qualquer tipo de rabugice, são absolutamente indesejáveis num professor que  quer passar segurança no que ensina. Desta forma, se um aluno, por exemplo, resolve cantar ou assobiar no meio de uma explicação, que seja ouvido até se calar. Ele com certeza faz isto para testar o limite do docente. Se o professor não perder a pose, ele será o vitorioso nesta pequena batalha!

A Educação deve ser um trabalho coletivo! Eu vejo, por exemplo, uma manada de elefantes que sempre ajudam um filhote que tem dificuldades, para seguir em frente. Sabemos que aqueles animais são bem espertos e têm boa memória. Então porque não aprender com eles? Se não queremos uma geração de pessoas sem cultura e uma escola falida, devemos por nossas mãos à obra e nossos espíritos em guarda para lutar e vencer esta guerra a favor de quem mais precisa: nossas crianças e jovens.

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