sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A parada do orgulho gay
D. Fernando Rifan
No último dia 10, em São Paulo, milhares de pessoas participaram da parada do orgulho gay, incluindo gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis e simpatizantes. São Paulo, apóstolo, fala “com lágrimas”, que muitos “se gloriam daquilo de que se deveriam envergonhar” (Epístola aos Filipenses 3,19). E, referindo-se aos pecados e perversidade dos pagãos, o mesmo apóstolo nos recorda a moral natural: “Por isso, Deus os abandonou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador... Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario” (Epístola aos Romanos 1, 24-27). Aliás, já no Antigo Testamento, Deus já havia condenado os atos homossexuais: “Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável” (Levítico 20, 13). Por isso, São Paulo, desejoso de nossa salvação, nos adverte: “Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os homossexuais (em latim “molles” e “masculorum concubitores”), nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus” (I Epístola aos Coríntios 6, 9-10). Como não usei nesse artigo palavras minhas, mas apenas citações da Sagrada Escritura, quaisquer acusações de homofobia ou discriminação devem ser dirigidas ao seu próprio autor principal, isto é, a Deus! É claro que estamos falando dos atos objetivos de homossexualidade. Na linha de Santo Agostinho, que dizia que Deus odeia o pecado, mas ama o pecador, o Catecismo nos ensina que as pessoas que apresentam essa inclinação objetivamente desordenada devem ser acolhidas com respeito e compaixão, evitando-se para com elas todo sinal de discriminação injusta. Elas também são chamadas à virtude e à santidade, que podem alcançar com o autodomínio e a graça de Deus.
Dom Fernando Arêas Rifan é Bisbo Titular de Cedamusa Administrador Apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

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