Teologia da libertação e RCC: verso e anverso
da mesma medalha
Os anos 1960 foram marcados por intensas modificações na Sociedade. Nos
costumes, houve a influência da música Rock
and roll dos “Beatles”, que com o tipo novo de cabeleira, mudava
completamente o visual masculino, tornando-o afeminado. Na vida reprodutiva,
surgiu a “pílula”, que limitou a natalidade e determinou um crescimento
negativo nos dias atuais, causando uma relativa preocupação com a extinção da
humanidade. A moda, principalmente a feminina, ousava com a mini-saia,
provocando olhares, pensamentos e atos impuros na parte masculina. O terno caia
em desuso e dava lugar à camiseta com ou sem manga. Enfim, era a liberalização
total que prometia uma futura ausência inteira de limites. Qual a raiz de tudo
isso? O professor Roberto de Mattei, afirma que o Concílio Vaticano II, com sua
política de “não condenar” coisa alguma, introduziu na Sociedade essa mentalidade
laissez faire, laissez aller, laissez passer, que vigora até o dia de hoje.
No final da década, apareceram duas correntes que iriam
dominar o pensamento católico: A “Teologia da Libertação” e a “Renovação
Carismática Católica”. A primeira nasceu em Medellin, Colômbia na reunião do
CELAM em 1968. Era na prática, as aplicações dos ensinamentos da encíclica Populorum Progressio de
Paulo VI. A nova teologia propunha uma introdução de princípios marxistas na
teologia e uma atuação na práxis pastoral a partir daquele encontro. Foi uma
imensa explosão com uma enorme força de expansão. No Brasil, a CNBB
impulsionava tais doutrinas com suas cartilhas nas recém estabelecidas “campanhas
da fraternidade” para todo o povo. A doutrina era então ensinada nos seminários,
universidades e escolas católicas. Até mesmo o ensino religioso dado em escolas
públicas seguia tal orientação, uma vez que na época, a religião era
predominantemente católica. Na prática, as primeiras “comunidades eclesiais de
base” aplicavam tais orientações na forma de agir, principalmente em relação às
reivindicações populares, como por exemplo, a carestia, a falta de saneamento
básico, segurança, saúde, etc. Assim, as CEBs, se tornavam uma espécie de “sindicato
geral” que lutava por melhorias para as pessoas. E tudo na ótica marxista, que
visava uma sociedade sem classes e igualitária. Era o nascedouro de partidos
políticos como o PT, ou de “movimentos sociais” como o MST.
A vontade e o entusiasmo da “Teologia
da Libertação” aumentaram de forma considerável com as vitórias comunistas no
Sudeste Asiático, nas ex-colônias africanas e com a repressão da “Primavera de
Praga” em 1968. O comunismo parecia invencível e a Sociedade já aceitava o lema
derrotista “melhor estar vermelho do que morto”.
Nos Estados Unidos, nascia também
em Nova York, com cursilhistas, o movimento “Renovação Carismática Católica”.
Alguns católicos engajados na ação pastoral, formados pelos famosos “Cursilhos
de Cristandade” se entusiasmaram com as atividades da igreja pentecostal que convertia
uma considerável quantidade de jovens
drogados e marginalizados do Bronx. A lógica era a seguinte: se eles
converteram tanta gente ruim, com uma ação pastoral devastadora e emocionante,
por que não aplicar os mesmos métodos na Igreja Católica? Livros como “A Cruz e
punhal” de David
Wilkerson foram o “manual” inicial da ação da RCC. O movimento, que
surgiu quase no mesmo tempo da Teologia da Libertação prometia também uma
grande expansão, porém de forma mais discreta que o nascido em Medellin.
Veio a metade da década de
1970 e com ela a “abertura política” do governo militar que se iniciou naquele
tempo. Partidos políticos nasceram e substituíram o bipartidarismo vigente. Um
deles nasceu com as greves no ABC paulista, liderados por um líder sindical,
conhecido como Lula. As CEBs apoiaram de forma profunda o nascimento do “Partido
dos Trabalhadores” e até elegeram uma ex-freira, a Irma Passoni como deputada
federal. Anos depois, Lula foi eleito deputado constituinte com o maior número
de votos até então conquistados. Isto fez com que ele fosse colocado como
presidenciável. Isso de fato proporcionou a sua candidatura em 1989. Lula perdeu no segundo turno contra o Collor
de Mello. Este feito acabou por estancar de forma considerável o crescimento
político do ex-metalúrgico e da esquerda radical. Outro fator que contribuiu
para isso foi a queda do muro de Berlim, da “cortina de ferro” e o colapso do
império soviético com o fim da URSS. Na Itália e na Espanha os partidos
comunistas eram “reciclados” e tomavam novos nomes e com outras orientações.
Até o “partidão” brasileiro mudava de nome para PPS.
E na Igreja? Como ficava a “Teologia
da Libertação”, as CEBs e seus tentáculos? Caíram em desuso! A TV “Canção Nova”
alcançava todos os lares católicos e nela ia a doutrina assimilada e difundida
por Jonas Abib e seus discípulos. Em inúmeras dioceses e paróquias, em questão
de pouquíssimo tempo, padres e bispos que até então pregavam a “Teologia da
Libertação” de repente começaram a falar e a pregar como os protestantes
pentecostais. E como o povo brasileiro é muito dado às coisas místicas, a RCC “pegou”.
Qual o futuro da Igreja no
Brasil e no mundo? Será que voltaremos à “Teologia da Libertação”, que hoje
recebe as bençãos do papa Francisco? A
RCC será de fato o “novo pentecostes” previsto por S. Luís Maria Grignon de
Montfort no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”? Será que
movimentos de raízes duvidosas e bem questionáveis prevalecerão de fato? Estamos
em julho de 2017. Há exatamente cem anos, Nossa Senhora previa em Fátima que “o
seu Imaculado Coração triunfaria”. Ela é a minha esperança! É nEla em que eu
confio plenamente! Sei que mais cedo ou mais tarde, satanás e suas falácias
serão completamente esmagados e a vitória será divina, queiram ou não queiram!
O mundo de amanhã será de Maria!
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