sexta-feira, 14 de julho de 2017


Teologia da libertação e RCC: verso e anverso da mesma medalha
Os anos 1960 foram marcados por intensas modificações na Sociedade. Nos costumes, houve a influência da música Rock and roll dos “Beatles”, que com o tipo novo de cabeleira, mudava completamente o visual masculino, tornando-o afeminado. Na vida reprodutiva, surgiu a “pílula”, que limitou a natalidade e determinou um crescimento negativo nos dias atuais, causando uma relativa preocupação com a extinção da humanidade. A moda, principalmente a feminina, ousava com a mini-saia, provocando olhares, pensamentos e atos impuros na parte masculina. O terno caia em desuso e dava lugar à camiseta com ou sem manga. Enfim, era a liberalização total que prometia uma futura ausência inteira de limites. Qual a raiz de tudo isso? O professor Roberto de Mattei, afirma que o Concílio Vaticano II, com sua política de “não condenar” coisa alguma, introduziu na Sociedade essa mentalidade laissez faire, laissez aller, laissez passer, que vigora até o dia de hoje.
No final da década, apareceram duas correntes que iriam dominar o pensamento católico: A “Teologia da Libertação” e a “Renovação Carismática Católica”. A primeira nasceu em Medellin, Colômbia na reunião do CELAM em 1968. Era na prática, as aplicações dos ensinamentos da encíclica Populorum Progressio de Paulo VI. A nova teologia propunha uma introdução de princípios marxistas na teologia e uma atuação na práxis pastoral a partir daquele encontro. Foi uma imensa explosão com uma enorme força de expansão. No Brasil, a CNBB impulsionava tais doutrinas com suas cartilhas nas recém estabelecidas “campanhas da fraternidade” para todo o povo. A doutrina era então ensinada nos seminários, universidades e escolas católicas. Até mesmo o ensino religioso dado em escolas públicas seguia tal orientação, uma vez que na época, a religião era predominantemente católica. Na prática, as primeiras “comunidades eclesiais de base” aplicavam tais orientações na forma de agir, principalmente em relação às reivindicações populares, como por exemplo, a carestia, a falta de saneamento básico, segurança, saúde, etc. Assim, as CEBs, se tornavam uma espécie de “sindicato geral” que lutava por melhorias para as pessoas. E tudo na ótica marxista, que visava uma sociedade sem classes e igualitária. Era o nascedouro de partidos políticos como o PT, ou de “movimentos sociais” como o MST.
A vontade e o entusiasmo da “Teologia da Libertação” aumentaram de forma considerável com as vitórias comunistas no Sudeste Asiático, nas ex-colônias africanas e com a repressão da “Primavera de Praga” em 1968. O comunismo parecia invencível e a Sociedade já aceitava o lema derrotista “melhor estar vermelho do que morto”.
Nos Estados Unidos, nascia também em Nova York, com cursilhistas, o movimento “Renovação Carismática Católica”. Alguns católicos engajados na ação pastoral, formados pelos famosos “Cursilhos de Cristandade” se entusiasmaram com as atividades da igreja pentecostal que convertia uma considerável quantidade de  jovens drogados e marginalizados do Bronx. A lógica era a seguinte: se eles converteram tanta gente ruim, com uma ação pastoral devastadora e emocionante, por que não aplicar os mesmos métodos na Igreja Católica? Livros como “A Cruz e punhal” de David Wilkerson foram o “manual” inicial da ação da RCC. O movimento, que surgiu quase no mesmo tempo da Teologia da Libertação prometia também uma grande expansão, porém de forma mais discreta que o nascido em Medellin.
Veio a metade da década de 1970 e com ela a “abertura política” do governo militar que se iniciou naquele tempo. Partidos políticos nasceram e substituíram o bipartidarismo vigente. Um deles nasceu com as greves no ABC paulista, liderados por um líder sindical, conhecido como Lula. As CEBs apoiaram de forma profunda o nascimento do “Partido dos Trabalhadores” e até elegeram uma ex-freira, a Irma Passoni como deputada federal. Anos depois, Lula foi eleito deputado constituinte com o maior número de votos até então conquistados. Isto fez com que ele fosse colocado como presidenciável. Isso de fato proporcionou a sua candidatura em 1989.  Lula perdeu no segundo turno contra o Collor de Mello. Este feito acabou por estancar de forma considerável o crescimento político do ex-metalúrgico e da esquerda radical. Outro fator que contribuiu para isso foi a queda do muro de Berlim, da “cortina de ferro” e o colapso do império soviético com o fim da URSS. Na Itália e na Espanha os partidos comunistas eram “reciclados” e tomavam novos nomes e com outras orientações. Até o “partidão” brasileiro mudava de nome para PPS.
E na Igreja? Como ficava a “Teologia da Libertação”, as CEBs e seus tentáculos? Caíram em desuso! A TV “Canção Nova” alcançava todos os lares católicos e nela ia a doutrina assimilada e difundida por Jonas Abib e seus discípulos. Em inúmeras dioceses e paróquias, em questão de pouquíssimo tempo, padres e bispos que até então pregavam a “Teologia da Libertação” de repente começaram a falar e a pregar como os protestantes pentecostais. E como o povo brasileiro é muito dado às coisas místicas, a RCC “pegou”.

Qual o futuro da Igreja no Brasil e no mundo? Será que voltaremos à “Teologia da Libertação”, que hoje recebe as bençãos do papa Francisco?  A RCC será de fato o “novo pentecostes” previsto por S. Luís Maria Grignon de Montfort no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”? Será que movimentos de raízes duvidosas e bem questionáveis prevalecerão de fato? Estamos em julho de 2017. Há exatamente cem anos, Nossa Senhora previa em Fátima que “o seu Imaculado Coração triunfaria”. Ela é a minha esperança! É nEla em que eu confio plenamente! Sei que mais cedo ou mais tarde, satanás e suas falácias serão completamente esmagados e a vitória será divina, queiram ou não queiram! O mundo de amanhã será de Maria!

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